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Wednesday, March 31, 2004

Por momentos senti-me entre dois estranhos. Afinal que se passava ali ? Eduardo tinha conquistado a amizade do meu marido mas não era normal Francisco convidar alguém para pernoitar em nossa casa e muito menos permitir que se aproximassem de mim como Eduardo fazia descaradamente.
- Não temos nehum quarto disponivel ao nosso lado! Respondi friamente .
- Sara, o Eduardo bebeu demasiado ! Pode dormir no quarto de hospedes! Diz Francisco piscando o olho a Eduardo
Eduardo não me parecia assim tão alcoolisado como fazia crer mas esse era o pretexto para poder continuar a sua missiva :
- Não te preocupes Sara eu conheço o teu chão mas não te despejo do teu mármore! Também não irei contar os passos que te levarem em direcção á cama!
-Não vais contar passos mas podes sonhar com carneiros! Diz Francisco dando uma gargalhada.
- Vocês parecem entender-se bem ! Digo eu levantando-me .
Apetecia-me confundi-los . Deixá-los acreditar que o alvo era eu e assim conhecer os metodos que usavam para tentarem entrar num mundo que os sucumbiria.
Aquele jogo podería ser estimulante se não existisse o risco de eu perder .
Eduardo era um homem capaz de me fazer beber poções embriagadas e obrigar-me a despir perante o olhar de um marido que me amava .
Francisco sabia observar a colheita do vinho ao mesmo tempo que lia o jornal . Isso fazia-me sentir como uma folha nas páginas do livro que eu rasgava-as sempre que ele fazia palavras cruzadas.
Eduardo não conhecia Francisco mas usava a liberdade que este lhe oferecia como se fosse uma corda capaz de prender o que ele desejava.
Eu brincava com as minhas correntes e sorria –lhes !

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